O nascimento da clínica

Foucault desenvolveu inúmeras críticas em relação entre o Saber e o Poder. O filósofo francês, teve como foco principal a transição da época clássica à moderna. Na modernidade o saber passa a ser provável, ou seja deve ser provado e para que esse seja reconhecido ele deve possuir um objeto passível de observação, experimentação e análise. Na obra deste filósofo, o Nascimento da Clínica, tem como objetivo entender a racionalidade anatomia- clínica, o qual o principal fator investigativo se configurava na doença ou no corpo do indivíduo que adoece.

A clínica nasce no final do século XVIII, quando a medicina moderna passa por uma transformação essencial em relação a organização de seu conhecimento e sua prática. Há o surgimento de uma nova forma empirista, a atenção agora esta focada no que “os olhos veem”. A medicina deixa de ter a doença como objeto e essência abstrata e passa a dar lugar, então, a visão, o indivíduo passa a ser visto como um corpo doente, que seria a medicina clínica. O olho se torna a fonte de clareza para a medicina, tendo como objetivo trazer a verdade. E o hospital, por sua vez, passa a ser considerado um ambiente criador de doenças.

Para Foucault, tanto na clínica médica quanto na psicológica, é criado um lugar de saber e poder em função da constituição e funcionamento dos corpos. A clínica domina um saber científico, que impõem um estado ideal, ou seja um estado saudável. Se por acaso não nos mantermos nesse estado natural, logo nos sujeitaremos ao olhar clínico medicinal, o qual seria o único que conseguiria nos guiar ao caminho certo para alcançarmos novamente o estado ideal, estando assim saudável.