top of page

Deficiências visuais e o sistema Braille.

  • Foto do escritor: Beatriz Moraes
    Beatriz Moraes
  • 2 de out. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 26 de out. de 2023

O Braille, atualmente, é empregado no mundo inteiro. Por meio deste sistema (escrita por meio de pontos em relevo) e outras alternativas, a sociedade vem deixando de lado o preconceito existente, de que os cegos ou pessoas com baixa visão não possuem capacidade suficiente para exercer atividades.


Atualmente, esse sistema já está muito evoluído, pois existem diversas máquinas. Segundo o Projeto Acesso 2013 e através das impressoras de Braille, os deficientes podem escolher um texto qualquer na internet e, com a ajuda de um programa de tratamento específico, o texto deixará de ter o tipo de linguagem utilizada por nós e passará a ser em Braille. Feito isso, com a presença dessa impressora específica, os cegos podem imprimir o texto e ler aquilo que antes seria impossível. É importante lembrar-se de outros avanços presentes na sociedade desenvolvidos para facilitar a vida dessa população. O sinal sonoro nas faixas de pedestre é um ótimo exemplo.

Ele funciona da seguinte maneira: quando o sinal está verde para o pedestre, esse aparelho preso ao poste começa a emitir um barulho constante, por meio do qual o cego sabe que pode atravessar a rua em segurança. Infelizmente, essa técnica não é muito utilizada no Brasil, mas em diversas cidades na Europa, por exemplo, ela já vem sendo utilizada. Outro avanço que tem preocupado educadores é o surgimento dos livros sonoros que, apesar de serem muito importantes para o aprendizado desses deficientes, vêm substituindo o Braille. O Sistema Braille é de extrema importância para a base educacional de uma pessoa cega, podendo ser comparada até com o sistema de leitura visual, que é a base de qualquer educação. Com isso, as crianças cegas não podem deixar a leitura tátil de lado e passar a apenas escutar.


Além desses novos avanços tecnológicos, existem, também, inúmeras associações que prestam todos os auxílios necessários para esse grupo de deficientes. Como exemplo, a União dos Cegos no Brasil (UCB), a Associação União dos Cegos, o Instituto Domingo Braile, além de inúmeros outros presentes ao redor do mundo. A UCB, por exemplo, promove gratuitamente para deficientes visuais, atividades educacionais e ainda promove reabilitação a esse grupo, com a presença de psicólogos, através de orientação, auxílio na mobilidade, ensino do sistema Braille, de informática, entre outros.


Por mais que os deficientes visuais tenham uma grande história negativa, desde a época em que eram excluídos até os dias atuais, eles derrubaram muitas barreiras e conseguiram um espaço grande na sociedade. Em 1960, pós 2ª Guerra Mundial e a Declaração dos Direitos Humanos, em que se enfatizava a igualdade de todos os seres humanos, foi realizado pela primeira vez na história os Jogos Paralímpicos, que são os Jogos Olímpicos especializados para pessoas com qualquer tipo de deficiência. Os jogos contam com futebol para cegos, natação para deficientes físicos, entre diversos outros. (RONDINELLI, 2014)


Além disso, grandes músicos, como Ray Charles, Steve Wonder e Andrea Bocelli, mudaram a concepção da cegueira, pessoas com um talento único que não conseguiam enxergar. Assim como grandes escritores, famosos, músicos, que proporcionaram um maior alerta para a vida dessa minoria da sociedade. Uma das pessoas que revolucionou a concepção de aprendizado e cegueira foi a grande escritora, filósofa e conferecionista americana Helen Keller, que era surda, muda e cega desde a infância e, através da orientação da sua professora Anne Sullivian Macy, conseguiu, através do tato, ler e escrever, e também a falar por imitação, onde pela ponta dos dedos captava as vibrações da garganta de sua professora (EMANUEL, 2011). Deu inúmeras palestras ao redor do mundo e, em 1953, veio ao Brasil e incentivou ainda mais a educação e a reabilitação dos cegos no país.


Além disso, existem diversos projetos no Brasil em que inserem os deficientes visuais em diferentes atividades, como o MusiBraille, que possibilita aos cegos estudarem música; orquestras, como a Orquestra de Músicos das Ruas de São Paulo, criada por Livio Tragtenberg; peças de teatro, estreladas por atores cegos, entre diversas outras atividades culturais.


Sabe-se que um dos maiores problemas a respeito dos deficientes visuais e a sociedade é o preconceito, a falta de conhecimento e entendimento sobre o tema, e mesmo com o Sistema Braille ajudando na inserção dos cegos na sociedade, ainda há uma limitação das oportunidades oferecidas a essas pessoas (MOTTA, 2008). Com isso, um dos maiores desafios enfrentados por eles é a adaptação nos moldes da normalidade impostos pela sociedade.


Com o aumento da tecnologia, os deficientes visuais passaram a se tornar mais independentes, justamente pela criação de uma ampla gama de instrumentos e ferramentas que facilitam a acessibilidade dessas pessoas. Muitos deficientes têm o que é chamado de especialistas em orientação e mobilidade, que são pessoas treinadas para ajudar na locomoção, incentivando uma maior segurança e confiança, além de tornar o cego uma pessoa mais independente.


A ferramenta mais usada entre os deficientes visuais é a bengala branca com uma ponta vermelha. Atualmente existem diferentes tipos de bengala para melhor satisfazer a demanda do deficiente visual. Outro meio de instrumento utilizado com pessoas cegas são os cães guias, que são cachorros treinados para desviar de obstáculos, e os ajudaram na mobilidade. Uma pequena parte dos deficientes usa ainda o GPS especializado para cego, que que faz uso de via auditiva, o que não exclui o uso da bengala ou do cão guia.


A sociedade passou a integrar as necessidades desses deficientes para melhorar a qualidade de vida, então há lugares onde o ônibus possui piso tátil, e os semáforos têm sensores auditivos, avisando, por exemplo, quando o sinal está vermelho ou verde, além de controles e elevadores com números e setas em Braille.

 
 
bottom of page